quarta-feira, 1 de abril de 2009

Capitalismo "Oculto"

O sistema nos vende a ideia de que a liberdade financeira é o grande objetivo das nossas vidas e nós acabamos comprando esse conceito as vezes inconscientemente. Desde muito jovem criamos a imagem que a felicidade está ligada também às nossas realizações profissionais, então estudamos para nos formar, ter um bom emprego para ganhar bem, viver bem e ser feliz.

Adam Smith, o pai da economia moderna, na teoria do "Homem Econômico" defendia a liberdade econômica do indivíduo dentro da sociedade (Democracia Liberalista), podendo ele construir uma riqueza buscando obter prazer e diminuir suas dificuldades.

Nos tempos atuais essa liberdade é uma realidade que pode ter se tornado um medidor de sucesso ou fracasso, o que derruba também a ideia de tudo ser de todos, pensamento um tanto limitado e padronizador. Cada um é responsável pelas suas conquistas e toda conquista significante requer muito esforço e sacrifício o que pode ser um preço um tanto alto e que nem todos estão dispostos a pagar e isso não pode ser simplesmente ignorado.

Fazendo uma analogia entre o capitalismo atual e o comunismo, por exemplo, podemos dizer que os proletariados de hoje seriam os que ocupam grandes cargos nas organizações o que muda de certa forma a questão da dominação e exploração. Pois eles sofrem no desenvolvimento de suas tarefas uma maior carga e pressão, não fisicamente, mas mentalmente. Tem quem diga que esse tipo de situação traga consequências irreparáveis de saúde como stress, doenças de coração, problemas na vida familiar, na vida conjugal, etc. Contudo é um fato que todos nós estamos sujeitos a esses problemas, independente do cargo que ocupamos ou do salário que ganhamos e cá entre nós, sem nenhuma hipocrisia, com uma boa situação econômica é possível encontrar mais possibilidades de superar essas dificuldades.

Essa é a doutrina que vigora hoje no mundo de forma geral, uma mistura dos sistemas políticos. Mas o capitalismo que é a ideologia que chegou até então mais perto de uma efetividade, está por trás de todos os sistemas, é certo que de forma menos selvagem, mas ainda com suas essências fundamentais e envolvendo a todos de forma a não termos muitas alternativas.


"A Metamorfose"

"Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto." Essa é a primeira frase o livro "A Metamorfose" do escritor checo František Kafka. Exatamente... numa manhã normal algo muitíssimo anormal ocorre a Gregor Samsa, o personagem principal do livro, ele está transformado numa barata.

Vendo apenas por esse lado, é normal criar uma imagem desacredita do livro, ao menos todos com que cheguei a comentar sobre, tiveram essa primeira impressão e acharam um tanto cômico. Mais o desenrolar da história é muito interessante e envolvente. A diferença logicamente causa muita estranheza, mesmo por parte dos familiares mais próximos, causando uma opressão inconsciente no pobre Gregor, que fica limitado por muito tempo as dimensões dos sues aposentos.

Mas o que mais impressiona na história é o fato de em momento algum o Sr. Gregor questionar mesmo que a si próprio o porque dessa metamorfose. Ele busca apenas compreender sua nova forma no sentido de se adaptar as novidades. Sua alimentação muda, sua locomoção, sua comunicação, tudo muda e ele jamais culpa alguém ou algo, não procura causas apenas aceita, chagando a esquecer em alguns momentos das suas obrigações naturais por conta de adorar caminhar pelo teto.

Com uma linguagem clássica e elegante típica de Franz Kafka "A Metamorfose" é sem dúvidas um livro que recomendo. Muito interessante e que pode nos permitir ter pontos de vista diferentes da história que nos é relatada e até mesmo levar menos em consideração algumas peculiaridades da vida.